Ela era uma menina que nada sabia da vida e mesmo depois de viver tudo aquilo continuou sem saber, mas ela soube que amou, pois o coração dela dilacerava toda vez que surgia a lembrança ou presença dos momentos que havia vivido, quando o telefone tocava a esperança era que fosse o seu passado chamando de volta... Não era!
Depois de tanto desgaste nada voltou a ser como antes, o que ela escrevia até era bonitinho, era fofo, mais não chamava atenção como um dia chamou. Vinha em seu peito mágoa, pois amar assim chega a doer mais do que nunca ter amado, então a indiferença era grande, de tal forma que ela por amar tanto forçava a barra, deixava com que tudo continuasse seguindo daquela forma, era como uma viagem de trem.
Mesmo sentindo que o seu amor era apenas seu, ela continuava a amar cada fio de cabelo, cada olhar, cada gesto, cada palavra, cada "mania", deixava os defeitos com os olhos fechados, escuros, os defeitos ficavam no escuro da sua alma.
O valor de alguém pode ser mais apropriado as suas necessidades quando se ama, engolir defeitos não é fácil, mais esquecer um amor também não... Deixar toda uma vida por alguém pode ser difícil, mais ser infeliz é mais difícil ainda... Mentir pode ser mais fácil, mais uma mentira dói mais que qualquer verdade...
Então ela sem mais medo saiu na noitada, levou consigo um samba no pé, um copo de vodka forte, um cigarro na outra mão, parou no primeiro boteco da segunda esquina, sentou-se na única mesa, sozinha, com medo de amar, assustada, mais tentou reprimir seu amor, deixando o choro fluir coração adentro, engoliu o choro e a bebida, soltou a fumaça do cigarro...
O amor dela não ia embora nunca, mais ela não deixava transparecer, corria veloz no carro no sentido de não deixar poeira sobre a terra, sem lembrar que quando passava a poeira voltava pro mesmo lugar!
"Ela amou de forma indescritível e imperdoável, foi o seu maior pecado, seu maior desejo, seu maior sonho não realizado... Mais perdendo tudo botou os pés no chão... Agora não se pode mais tocar o céu, está com os pés no chão."
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